sexta-feira, 18 de março de 2011

Entendendo um devaneio de Calvin


Sacanagem sabia. Fiz o que me foi confiado, caminhei para o compromisso e ele não estava lá, mudou de lugar. Tentei achá-lo e não consegui. Perdi. Para não perder o que gastei na preparação ante o compromisso, aqui vai o que retirei das páginas.

A relação entre a natureza e o homem sempre existiu, sabia? De fato; e ela se alterou ao longo dos anos e das pessoas. O tempo e as diferentes sociedades alteraram essa relação e mostrou, às pessoas que se interessam pela análise social desse tipo de relação, interessantes argumentos.

A coexistência entre homem e natureza pressupõe uma posição de ambas as partes em relação à sua companheira. A natureza, dinâmica, dialoga com os chamados efeitos naturais, e cada sociedade responde de uma maneira ao "contato". A reação esperada inicialmente é a de submissão e respeito; alguns argumentos da natureza são perigosos, e o homem entendeu a imprevisibilidade sem titubear. Mas o homem é um ser que se indaga, e aos poucos passou a tentar antecipar as ações da natureza, achando que assim poderia dominá-la. Os avanços científicos, incrustados em diversas sociedades, deram ao homem a ilusão de domínio sobre a natureza; hoje em dia ela nos mostra que ainda sabemos pouco sobre ela, nos dá exemplos de sua força. A natureza não aprova o atrevimento do homem. A partir do momento que o homem se viu fora da relação com a natureza e se convenceu de que deve dominá-la, a coexistência deixou de ser pacifica. Por anos a humanidade vem agredindo o meio ambiente a sua volta, e o troco começa a atormentar as futuras gerações; ele virá.

Se engana quem pensa que todas as sociedades tem uma relação ruim com o meio ambiente. Os índigenas, por exemplo, usam a religião e a magia, ao invés da ciência, para se relacionar e tentar entender seu temperamento. Nesse caso a explicação é diferente; o gosto da dominação não atinge os índios, os quais temem e, por isso, respeitam a natureza. Não matam mais animais do que o tamanho da fome, porque o deus dos animais se zanga e traz logo uma tempestade que desgasta as ocas.

A ecologia surgiu com o intuito de mostrar que a ciência não deve tentar dominar a natureza, pois é exatamente essa ação que gera a "reação natural". Porém, nem todos dominam o raciocínio que se deve ter para entender a situação e, de maneira a abrangir o maior contingente ao longo do mundo, a ecologia se valeu de um discurso prático e fácil; mas incompleto. Pessoas acham que se posicionarem contra a agressão ao meio ambiente é suficiente para "fazer sua parte" e, além da falta de mudanças, o capitalismo incorporou a idéia e instaurou a mais valorizada marca global: o carimbo ecológico. Milhares de empresas se usam de mínimos esforços para galgar vantagem astronômica no mercado selvagem devido à visão insuficiente e doentia incrustada em milhares de pessoas "ecologicamente corretas" (apenas na opinião); ou seja, a ecologia não garantiu a conscientização da massa e, de brinde, deu novas opções de manipulação às ardilosas multinacionais.

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