sábado, 7 de julho de 2012

São Lembranças - Ínicio - III





"Lutar contra a injustiça custa-me mais do que sofrê-la"
Jeanne Roland

Era estranho como ela sempre estava por perto, eu parava por um segundo e já me pegava pensando nela. Ela passou por nossas vidas, destruiu tudo e depois simplesmente desapareceu. Mas tudo que ela fez não desapareceu. Porque tudo simplesmente não foi enterrado junto com ela? Porque tudo que ela fez simplesmente não desaparece?



Estava eu e Israel conversando com um copo de coca com vodca cada um, era incrível como adorávamos vodca. A festa estava barulhenta, mas conversar com Israel era sempre animador. Ele era muito engraçado e "fashion", para ele aparência importava sim, e muito. Mas ele não era uma pessoa ruim por isso, pelo contrário, ele era uma pessoa muito boa, estava sempre de bom humor e gostava muito de ajudar os outros. E é claro, sempre estava pronto pra torrar o cartão de crédito dos pais. A conversa estava boa, mas já estava ficando meio bêbado, Decidi ir ao banheiro e foi a partir disso que minha vida toda mudou.

Logo que sai do banheiro encontrei Silvana com alguém que claramente não era Renato, Renato era moreno e esse cara era loiro. Guilherme havia me prometido que nunca mais iria ficar com Silvana, pelo visto não podia confiar nele. Descobri nesse dia que não deveria confiar em ninguém. Logo que vi Guilherme com Silvana, simplesmente não soube o que fazer. Provavelmente tomei a atitude errada, mas era a única coisa que consegui fazer naquele momento. Logo que vi que Guilherme tinha saído de perto de Silvana, fui até perto dela.

Estava meio irritado, não sabia o que fazer. Peguei o braço de silvana com força, "puxei" ela até um canto isolado e comecei a gritar:

-O que você pensa que está fazendo?
-Me solta, você não tem nada com a minha vida.
-Você falou que não iria mais fazer isso.
-Você é um babaca, eu faço o que eu quiser e quando eu quiser.
-Porque você faz isso?
-Você vai ver.
  AHHHHHHHHHHHHHH, me larga, me solta tira a mão de mim.


Ela gritava como uma louca, gritava muito. Eu obviamente soltei o braço dela. Só vejo o Renato chegando. Ele já chegou alterado.

-O que está acontecendo aqui?
-Esse seu amigo idiota, Renato, ele tá tentando me agarrar, ele tá alterado.
-É mentira, Renato, você sabe que eu nunca faria isso...

Como fui idiota, Renato obviamente não ficou do meu lado, nem pude terminar de me defender e levei um soco no rosto. Somente me recordo de acordar na casa de Israel. Obviamente ele foi o único a ficar do meu lado. E todo mundo que fica do meu lado desaparece fácil. Obviamente não demorou muito para eu perder o único amigo que me restava.

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