domingo, 1 de julho de 2012

São Lembranças - Ínicio


"Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez."
William Shakespeare


-Renato?!
-Oi, quem tá falando?
-É o Francisco...
-Faz um pouco de tempo que não nos falamos.

Era estranho estarem novamente conversando, depois de tudo que aconteceu. Fazia tempo que não se falavam, se gostavam, isso era inegável. Era amizade real. Mas depois de tudo que aconteceu era bem estranho um ter que ligar para o outro. Se viam praticamente todos os dias. Mas, até um oi era difícil de acontecer.

-Eu sei, só estou te ligando porque a policia esteve aqui em casa a algum tempo.
-E o que eu posso fazer em relação a isso?
-A Silvana foi assassinada.
-O que? Que que você tá falando?
-A Silvana está morta, foi encontrada morta hoje.

Silvana, tinha feito tantas pessoas sofrerem. Ela sempre estava disposta a pagar o preço necessário para obter o que queria. O que na maioria das vezes fazia ela realmente conseguir tudo o que queria, Ela simplesmente era assim. Não media as consequências, apenas fazia o que tinha que ser feito.

-Não tô acreditando nisso, se for mais uma das suas brincadeiras sem graça, essa não tem a menor graça.
-Faz quanto tempo que não te ligo? acha mesmo que te ligaria para fazer uma brincadeira idiota dessas?
-Não sei do que você é capaz de fazer, na verdade não sei do que você é capaz de esconder.
-Não liguei para ser atacado, principalmente sobre uma coisa que já tentei me desculpar diversas vezes. Apenas liguei para informar que a policia provavelmente também irá atrás de você. Na verdade, ela deve ir atras de praticamente todo mundo que convivia com ela.
- Mas por que eles estariam atrás de todo mundo?
- O corpo dela foi encontrado próximo a nossa faculdade. Fazia duas semanas que ninguém tinha nenhuma noticia sobre ela.

Renato, foi o que talvez tenha sofrido mais na mão de Silvana, ele foi muito apaixonado por ela, e ela soube muito bem se aproveitar disso. Ela sabia como ninguém manipular as pessoas. E Renato, Renato foi talvez um dos seus mais fáceis "bonequinhos".

-Eu... Eu... Não sei o que falar.
-Você não tem nada para falar pra mim, mas se puder avisar o Guilherme.
-Mas,Mas... faz tanto tempo que não falo com ele.
-Fazia meses que eu não falava com você, mesmo te vendo todos os dias e mesmo assim fiz o que tinha que fazer. Mas se você não tem coragem de ligar eu mesmo ligo.
-Não é isso. É que...
-Eu já entendi. vou ligar pra ele.
-tch...
-tum tum tum.

Guilherme foi outro que também foi apenas um jogo na mão de Silvana. Na verdade, Silvana não via as pessoas como pessoas, Ela enxergava todo mundo como peças. Peças que hora eram usadas, hora movidas, talvez deixadas por lá, esquecidas. Mas nunca as peças eram descartadas, Talvez sacrificadas, mas descartadas nunca. Tudo não passava de apenas um jogo.

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